ST2 - 109 A EXPERIÊNCIA COOPERATIVA DE MONDRAGÓN (COMUNIDADE AUTÔNOMA VASCA, ESTADO ESPANHOL) SOB AS PERSPECTIVAS DA ECONOMIA SOLIDÁRIA E DA ECOSSOCIOECONOMIA DAS ORGANIZAÇÕES

  • Jurandir Domingues Junior
  • Diego da Silva Grava
  • Carlos Alberto Cioce Sampaio
Palavras-chave: Economia solidária, Ecossocioeconomia, Experiência Cooperativa de Mondragón

Resumo

O presente artigo analisa a Experiência Cooperativa de Mondragón (ECM) como um empreendimento sócio-produtivo organizado, a partir dos princípios da Economia Solidária (ES) e da Ecossocioeconomia das Organizações (EO). Estes dois constructos teórico-empíricos despontam como alternativa a lógica capitalista hegemônica quando se privilegiam atores socioeconômicos nem sempre inseridos na economia de mercado. Atualmente, a ECM é considerada como o maior arranjo de cooperativas multisetoriais do mundo, sendo um exemplo concreto da viabilidade de empreendimentos socioeconômicos pensados territorialmente. Coordena atividades laborais de milhares de colaboradores, não só em Mondragón, mas também em unidades localizadas em outros países. Sendo reconhecidamente uma experiência paradigmática, por um período de tempo considerável, desperta interesse da comunidade científica mundial que busca identificar seus fatores chave de sucesso. Este estudo baseou-se na pesquisa bibliográfica da literatura especializada sobre o tema buscando evidenciar os aspectos comuns e peculiares da ECM com a ES e a EO. Como resultado, pode-se afirmar que ambas as dinâmicas, quando comparadas na prática com a ECM compartem aspectos comuns e possuem peculiaridades próprias. Quanto à concepção ideológica, a ECM compactua com as duas dinâmicas, tendo a mesma direção: a possibilidade de uma outra economia. Todavia, a dimensão global que a ECM alcançou, faz com que se aproprie, sobretudo da uma racionalidade instrumental, típica de organizações que atuam na economia de mercado. Portanto, que os riscos inerentes a este processo, sirva para amadurecer os debates sobre a difícil convivência de racionalidades distintas, sem, no entanto correr o risco de uma lógica hegemônica substitua outra.

Publicado
2018-09-28
Seção
Sessões Temáticas