ST2 - 102 OPERAÇÕES URBANAS E MEGAPROJETOS: ENTRE ESCALAS E DISCURSOS

  • Lívia Maschio Fioravanti
Palavras-chave: megaprojetos, operações urbanas, segregação espacial, Parcerias Público-Privadas, São Paulo

Resumo

São muitos os estudos acadêmicos sobre os projetos de requalificação urbana nas metrópoles e suas implicações socioespaciais. Entretanto, as estratégias constantemente renovadas na articulação entre o plano econômico e o plano político, como resposta às necessidades de acumulação do capital, exigem estudos geográficos pari passu à elaboração e execução dos projetos urbanísticos e dos megaprojetos de requalificações urbanas. A relevância desses estudos torna-se ainda maior uma vez que as intervenções elaboradas pelo Estado e pela iniciativa privada incidem diretamente nas relações socioespaciais (sendo também modificadas por elas) e geram conflitos que devem ser desvendados. A generalização em escala mundial dos projetos de requalificação urbana nas metrópoles traz novos conteúdos ao processo de urbanização contemporâneo, bem como as estratégias do Estado e do capital passam a ser responsáveis por uma intensidade cada vez maior das transformações espaciais das metrópoles. Como as dinâmicas socioespaciais de determinados lugares vinculam-se a processos mais amplos, é possível relacionar, articulando escalas geográficas, as transformações engendradas pelas Operações Urbanas em São Paulo com processos econômicos mundiais. Na legitimação dos megaprojetos e as requalificações destacam-se os discursos e as representações difundidos pelos agentes estatais e privados, o que colabora para ratificar a crescente segregação espacial das metrópoles.

Publicado
2018-09-28
Seção
Sessões Temáticas