ST1 - 893 POLÍTICAS PÚBLICAS E (IN)JUSTIÇA SOCIOESPACIAL NAS FAVELAS DO RIO DE JANEIRO, NO CONTEXTO DA ORGANIZAÇÃO DOS MEGA-EVENTOS ESPORTIVOS
Resumo
A cidade do Rio de Janeiro se tornou palco de diversas operações urbanas com o objetivo de estruturá-la para sediar os “megaeventos esportivos” de 2014 e 2016. Assim, inúmeras favelas da cidade se beneficiam de projetos urbanos originários das três instâncias do poder público em particular do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Uma das metas do PAC é o desenvolvimento econômico social, incluindo diversos investimentos e intervenções em favelas: urbanização, habitação, transporte, saneamento. Sabemos que as ações do estado são seletivas e pontuais privilegiando, geralmente, as classes dominantes, intensificando, assim, os problemas socioespaciais como as desigualdades, injustiças e as relações de dominação. Porém, elas podem solucionar esses problemas e promover a justiça espacial e o direito à cidade. O conceito de justiça espacial é mobilizado para evidenciar as injustiças sociais expressas no espaço e o modo como o espaço pode amplificar essas injustiças. Ademais, a noção de justiça espacial pode ser um marco conceitual crítico para pensar a cidade, analisar a desigualdade entre os territórios assim como os discursos, a ação do Estado e sua vontade política de dirimi-las ou não. O artigo analisa as políticas públicas de urbanização das favelas do Rio de Janeiro, a partir do marco conceitual de justiça espacial, visando desvelar os reais interesses dessas políticas: desenvolvimento econômico e atração de investimentos para apresentar uma melhor imagem da cidade na arena de competição das cidades globais e/ou a abolição ou pelo menos a redução das desigualdades socioespaciais, promovendo a justiça espacial e o direito à cidade?