ST9 - 712 MORRO DE SANTO ANTÔNIO: SIGNIFICADO DOS LIMITES DE UM VAZIO URBANO
Resumo
O morro e a esplanada de Santo Antônio constituem um dos espaços mais contraditórios do centro do Rio de Janeiro. Valorizado o morro durante vários séculos, identificado com a natureza, a sua personalidade foi evidenciada na cidade por três elementos arquitetônicos: o Convento de Santo Antônio e a Igreja da Ordem Terceira da Penitência, o aqueduto dos Arcos da Lapa e o Chafariz do Largo da Carioca. Seus principais limites físicos se definiram desde o século XVIII: o Largo da Carioca, a Rua da Carioca, a Rua do Lavradio e a Rua Evaristo da Veiga, com o grande Quartel da Polícia. Ao longo da sua história, sobrados e edifícios públicos se alojaram sobre o morro e em suas bordas de forma desordenada. Uma vez desmontado o morro, em 1959, esta irregularidade externa se repetiu no interior da Esplanada, ocupada aleatoriamente por edifícios públicos sem conexões espaciais e formais. A partir dos anos sessenta, foram localizados nesta área a Catedral Metropolitana, as sedes da Petrobrás, do BNDES, do BNH. Nos anos oitenta, as desagregadas edificações na Rua do Lavradio, como o CIEP; nos anos noventa, a torre Metropolitan e as recentes Ventura Towers. O objetivo deste trabalho é evidenciar a persistente crise – externa e interna – de um dos principais espaços da centralidade carioca, pouco reconhecido até agora; no momento em que diferentes propostas urbanísticas estão renovando a imagem do Rio de Janeiro como as transformações que acontecerão na área portuária, sem considerar a Esplanada de Santo Antônio.