ST9 - 426 METRÓPOLE, DESECONOMIAS URBANAS & ACUMULAÇÃO: O USO DE ESTUDOS E INDICADORES PARA A LEGITIMAÇÃO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS PARA AS CIDADES

  • Roberto Moraes Pessanha
Palavras-chave: cidades, deseconomias urbanas, indicadores, mobilidade e acumulação

Resumo

O presente artigo pretende trazer à discussão os problemas crescentes nas metrópoles e cidades médias brasileiras, decorrentes das deseconomias urbanas que limitam o fator de aglomeração, criando desgastes para a força de trabalho e redução da produtividade das empresas. Junto, o texto traz também à reflexão iniciativas de organizações empresariais que geram a hipótese de alteração da estratégia de luta pela redução de impostos - e do chamado custo Brasil - para investir na elaboração e divulgação de estudos e projetos, com a clara intenção legitimar demandas e orientar o investimento público para a criação de Condições Gerais de Produção (CGP). O texto aponta que o objetivo final seria a acumulação através da implantação de projetos, nas áreas de infraestrutura, mobilidade e outros que se viabilizam pela atual ampliação do consumo da emergente classe C. Assim, recursos públicos estariam sustentando as bases, não da melhoria das condições de vida nas cidades, mas, da acumulação de riquezas. As PPPs e concessões de serviços públicos implantadas nestas áreas e demandadas pela população seriam uma forma dupla de viabilizar as CGP e, ao mesmo tempo, gerar ganhos com a operação destes serviços. A formulação da análise expressa no artigo parte de uma base empírica utilizando relatórios e estudos da ONU-Habitat, CNI e Firjan. O artigo mostra que esse processo não se dá por acaso. Ele é fruto de novas orientações das organizações classistas empresariais que avançam sobre o controle e o uso das cidades, neste momento de aquecimento da economia brasileira.

Publicado
2018-10-12
Seção
Sessões Temáticas