ST9 - 374 A PRÁTICA URBANÍSTICA NO NACIONAL DESENVOLVIMENTISMO: VELHOS ENSINAMENTOS PARA O PRESENTE EM ANDAMENTO
Resumo
Com a emergência do novo desenvolvimentismo, as especulações em torno das similaridades e diferenças com o nacional-desenvolvimentismo parecem necessárias e mesmo inevitáveis. Os textos fundadores da nova estratégia admitem que, conquanto tenha suas origens no “velho” desenvolvimentismo, ela traz um olhar crítico sobre a experiência passada e busca adequar-se à realidade brasileira atual. Considerando esta premissa, o objetivo deste artigo é revisitar o período no qual prevaleceu o nacional-desenvolvimentismo (1950-1989) para então extrair sua influência e ação sobre a cidade e o urbano. Dito de outro modo, o nosso propósito é identificar seus modelos de prática urbanística, vistos aqui como conjuntos de princípios, métodos, estruturas organizacionais, proposições e realizações. Neste sentido, sustentamos a hipótese de que o nacional-desenvolvimentismo fomentou a constituição de três modelos de prática urbanística: a ‘urbanização e renovação’ (1950-1964); a ‘planificação e tecnocracia’ (1964-1982); e a ‘participação e regulação’ (1982-1989). Repertoriar as especificidades de cada um desses contextos nos parece necessário porque, repousa na linha temporal entre o velho e o novo desenvolvimentismo, o ajuste político-ideológico provocado pelo neoliberalismo, que tem sido capaz tanto de adaptar-se às crises como de absorver novas ideias em circulação. Com esta historização, nos confrontamos com a indagação sobre o fato de o novo desenvolvimentismo estar apto a reformular o modelo hegemônico ou vir, tão somente, a ampliar as tensões no campo, pela simples agregação de mais instrumentos e ações ao já caudaloso mosaico da prática neoliberal.