ST8 - 1011 A HABITABILIDADE DE UM CENTRO HISTÓRICO: A PERCEPÇÃO E A VALORIZAÇÃO DOS ATRIBUTOS HABITACIONAIS DO SÍTIO HISTÓRICO DA BOA VISTA NO RECIFE
Resumo
Os centros históricos de grandes cidades brasileiras têm passado por processos semelhantes de evasão habitacional e empobrecimento da população residente. A controversa desvalorização habitacional de tais áreas tem contribuído para potencializar a degradação do estoque edificado devido à instalação de novos usos incompatíveis e à subutilização de edificações. É desencadeado um processo de descaracterização dos imóveis e da dinâmica urbana da área, outrora marcada pela vitalidade e heterogeneidade de usos e funções. Compreende-se que a preservação do caráter habitacional dos sítios históricos é essencial para a conservação da sua urbanidade. No contexto brasileiro entende-se que a valorização habitacional das edificações históricas por parte de demandas individuais importa na medida em que os usuários de tais edificações – moradores e proprietários –, são agentes essenciais no processo de salvaguarda deste patrimônio, cabendo a estes a conservação de uma porção considerável de imóveis que compõem o bem patrimonial coletivo: as edificações civis de propriedade privada. Diante dos impactos negativos da desvalorização habitacional sobre este estoque edificado, esse trabalho expõe o estudo sobre a condição de habitabilidade de um centro histórico segundo a percepção e a valorização dos seus atributos habitacionais por parte de indivíduos que comporiam uma demanda habitacional em potencial. Para tanto, toma como estudo de caso o sítio histórico da Boa Vista, no centro do Recife. A condição de habitabilidade desta área histórica, analisada na escala urbana e da edificação, a partir da percepção de moradores do seu entorno “moderno”, revela fatores decisivos para a não opção habitacional pela área histórica.