ST1 - 67 TRANSPORTE PÚBLICO E ESTRUTURAÇÃO DO ESPAÇO URBANO: RELAÇÕES ENTRE A PRODUÇÃO DO ESPAÇO E A PRODUÇÃO DE TRANSPORTE EM MARÍLIA E PRESIDENTE PRUDENTE/SP

Resumo

A precariedade dos transportes públicos coletivos nas cidades brasileiras associa-se aos traços arcaicos que compõe a Formação Social nacional. Nestas, verificam-se aspectos que dissuadem a modernização de determinados setores e ramos econômicos, bem como entravam a produtividade em geral. A acessibilidade e a mobilidade não escapam a estes entraves, na medida em que a modernização do sistema vário para a eficiência do transporte coletivo, bem como a implementação de marcos legais que garantam maior compacidade da mancha urbana são minados pelo patrimonialismo, bem como por relações promíscuas estabelecidas entre os grupos ligados à atividade imobiliária, o empresariado de transportes e o poder público local. Em determinados contextos, as sinergias entre estes grupos refletem uma apropriação dos esforços coletivos tencionando ganhos privados, em detrimento da reprodução ampliada da força de trabalho. Ao obliterar a reprodução social otimizada do trabalhador, operam-se rupturas na reprodução do próprio capital, ainda que indiretamente. Nas cidades de Marília e Presidente Prudente, tais embaraços à mobilidade e à acessibilidade reverberam em tempos de deslocamento desiguais de acesso à cidade e a seus subespaços, além de densidades de fluxos igualmente iníquas, as quais correspondem às diferenças na qualidade dos serviços e infraestruturas providos. Nota-se que este cenário se desenvolve na esteira dos processos de dispersão urbana, diretamente associados aos interesses da atividade imobiliária.