ST6 - 885 O DESENHO DE UMA VILA FERROVIÁRIA E O CANTEIRO DE OBRAS NO SÉCULO XIX

  • Luiza Naomi Iwakami
  • Luiz de Pinedo Quinto Júnior
Palavras-chave: Paranapiacaba, São Paulo Railway, Planalto Paulistano, fluxo, vila ferroviária, ferrovia, logística

Resumo

A consolidação do complexo agroexportador no Brasil na segunda metade do Séc.XIX colocou pela primeira vez a crise dos padrões de logística e do funcionamento dos transportes. O fluxo de mercadorias para exportação, desde os tempos iniciais da colonização, baseou-se no tropeirismo. A nova escala da acumulação mundial demandava a exportação de novas tecnologias por meio de ferrovias, cuja construção estava na agenda imperial de modernização da sociedade brasileira. O ciclo cafeeiro já tinha penetrado no oeste paulista de forma a consolidar o modelo agroexportador. Os capitais ingleses que já dominavam o financiamento da produção cafeeira expandiram à procura de novos investimentos, sendo que a política de modernização dos transportes foi fundamental para consolidar a acumulação do agroexportador e dar inicio a capitalismo propriamente dito. A modernização ferroviária se constituiu num input que veio a interferir na estruturação da cidade capitalista no Brasil. A São Paulo Railway teve sua construção iniciada em 1860 e foi um marco importante na estruturação da Cidade de São Paulo. Jürgen Langenbuch analisou a importância dos transportes como elementos estruturantes da metrópole paulistana. O Ciclo ferroviário marcou a paisagem do Planalto Paulistano, e um dos importantes elementos desta nova configuração espacial é Paranabiacaba que chegou a ter 5 mil habitantes em 1872 enquanto a cidade de SP tinha 20 mil habitantes. A Vila ferroviária permanece como um reflexo destes novos padrões de urbanização de forte influência inglesa.

Publicado
2018-10-10
Seção
Sessões Temáticas