ST6 - 718 O TAPETE DE EUDÓXIA: DA REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO AO SABER TÉCNICO INTEGRADO À LUTA COTIDIANA
Resumo
Esse artigo busca questionar as formas dominantes de representação da cidade que foram construídas ao longo do processo de transformação das mesmas, com ênfase para o período a partir da Revolução Industrial, quando essa representação foi sendo construída com a contribuição do conhecimento científico e técnico, tendo sido, inicialmente, chamado de urbanismo na segunda metade do século XIX, e, posteriormente, de planejamento urbano, na primeira metade do século XX. Para tanto, tomou-se como fonte de inspiração a cidade fictícia de Eudóxia, criada pelo escritor Ítalo Calino para o livro “Cidades Invisíveis” que retrata literariamente o conflito entre a cidade real e suas formas de representação, questionando qual seria aquela com potencial para atingir a utopia da cidade ideal. Trazendo a discussão para nossa realidade, resgatou-se a origem histórica das cidades a partir da produção do excedente alimentar, passando pela herança deixada pelas civilizações gregas e romanas cujas cidades atuais estão mais intimamente relacionadas. A seguir, foi apresentado um esquema teórico para classificação das transformações socioespaciais, baseado na teoria de Henri Lefebvre, que classifica a cidade como política, mercantil, industrial e urbana. Dentro desse esquema, foi identificado o surgimento da técnica urbanística com o objetivo de solucionar os males da cidade a partir do contexto de significativo crescimento da cidade industrial, dando origem, posteriormente, ao urbanismo e ao planejamento urbano. Finalmente, é proposta a mudança de paradigma para a matriz urbanística partindo das formas de representação da cidade para a integração do saber científico e técnico ao processo de luta cotidiana.