ST6 - 640 RUAS, RUÍNAS E OUTROS MISTÉRIOS: SOBRE OS PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO DA CIDADE DE SALVADOR
Resumo
Este artigo problematiza a relação da experiência urbana com a literatura e sua importância para a consolidação de um tipo de produção de cidade, abordando especificamente o livro “Bahia de Todos-os-Santos: guia de ruas e mistérios de Salvador”, de autoria de Jorge Amado. Enquanto produção de subjetividade, a narrativa pretende divulgar ao leitor-turista o ideário de uma cidade pré-configurada e dita “real” ao convidá-lo para uma visita: – Vem, a Bahia te espera. Mas quem seria, de fato, este guia interpretado pelo próprio autor-narrador e que ruas e mistérios nos são apresentados? A partir de um recorte que permeia os meandros e as brechas do centro histórico soteropolitano, especialmente durante o período de modernização da Cidade, questiona-se o que escapa ao texto e como este Guia se atualiza na contemporaneidade. Por fim, aborda-se criticamente o discurso de tais mistérios em uma “estética da ruína” presente na Cidade e, consequentemente, naqueles que dela são parte.