ST6 - 461 A FELICIDADE ESTÁ NO QUARTO: REPRESENTAÇÕES DAS INTERDIÇÕES E DAS UTOPIAS DOS DESEJOS NA CIDADE
Resumo
Não é novidade que desde os inícios da modernidade as representações artísticas interpelaram incessantemente a cidade, sejam suas formas urbanas, seja a maneira de se viver ali. Chama a atenção, no entanto, que no Novo Mundo da América do Norte, por volta dos anos 20, despontem diferentes escolas de artistas- principalmente pintores- que se debrucem sobre a vida urbana no sentido de auscultar-lhe algo de sua alma. Talvez porque a América ainda transitasse do rural para o urbano, ou do tradicional para o moderno, é que esses artistas, a partir de suas representações da cidade, não cessam de indagar o que é possível na cidade. Melhor dizendo, trata-se de compreender por onde passa a fronteira da interdição que na cidade separa a urbanidade da desordem, a civilidade da “barbárie”, a pulsão, do seu controle. É nesse sentido, na tentativa de compreender como esses artistas tematizaram os impasses da pulsão humana na direção da realização de seus desejos, que me ponho a refletir sobre a importância dessas obras na constituição das utopias de felicidade na cidade.