ST5 - 924 UMA FISIOGNOMONIA DOS LUGARES. UM MÉTODO EXPEDITO PARA A LEITURA DOS USOS DOS ESPAÇOS PÚBLICOS
Resumo
Este trabalho apresenta um método de compreensão do espaço vivido, em especial das áreas abertas, baseado em uma espécie de reconhecimento empírico das pessoas, de fisiognomonia, Para compreender as unidades ecológicas (Barker, 1968), de formato e extensão tão diversos quanto uma faixa de praia e uma praça, desenvolvemos um método baseado nos estudos das RAC – Relações Ambiente Construído/ Comportamento Humano (Ornstein, 2005). Partiu-se da idéia da sinomorfia (Barker, 1968) entre as ações e o meio, destacando uma interpretação do fenômeno do uso do espaço público, a partir da constância de suas ações. Por meio destes, identificam-se tipos de usuários e quais os aspectos do meio sensorial (Thibaud, 2005) que interferem em sua agenda cognitiva – as affordances (Gibson, 1979). Identificamos, a partir disso, os usuários originários, que se dirigem em busca de características que independem dos demais, e os usuários derivados, que se dirigem em função de outros indivíduos. Esta cadeia de convergência de afinidades, e suas formas de agrupamento, é o objeto da compreensão, e especialmente suas formas de interação, que constituem uma gama de relações sinérgicas ou conflitivas; encadeamento esse que será o próprio alicerce da vitalidade do lugar (Jacobs, 1970; 2001; 2003). Importante ainda identificar aqueles usuários que, por sua permanência, se tornam os nexos entre as distintas situações, e importante elemento de coesão social dos usuários. E, como método, a base para investigações e interpretações mais refinadas, como a do tempo (duração, momento, periodicidade), espaço (lugares e percursos), fatores locacionais e impactos no meio.