ST3 - 945 OS DESLOCAMENTOS COMPULSÓRIOS E OS REASSENTAMENTOS COMO DEFLAGRADORES DE CONFLITOS AMBIENTAIS: UM ESTUDO DE CASO DAS HIDRELÉTRICAS DE CANDONGA E ITAPEBI

  • Marina de Oliveira Penido
  • Laís Jabace Maia
Palavras-chave: Hidrelétricas, deslocamento compulsório, reassentamento, conflitos ambientais

Resumo

O artigo discute os processos de deslocamento compulsório e reassentamento de atingidos por usinas hidrelétricas nos casos das Hidrelétricas de Candonga, na Zona da Mata, e Itapebi, no Vale do Jequitinhonha, ambas em Minas Gerais e justificadas por projetos de desenvolvimento das regiões consideradas pouco produtivas. O objetivo é analisar os conflitos ambientais associados ao processo de deslocamento compulsório e reassentamento, questionando a imposição da racionalidade do Setor Elétrico ao sistema organizacional das comunidades rurais. A fim de atingir o objetivo proposto, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os reassentados, com base na metodologia de história oral. Como observado durante a pesquisa, as contradições existentes na relação reassentados/reassentamento expressam a oposição entre dois modos distintos de apropriar e significar o espaço: de um lado a racionalidade técnica e economicista do segmento empresarial, manifesta na estruturação citadina dos reassentamentos; e de outro as práticas e representações dos atingidos, vinculadas a um modo de vida essencialmente rural. O reassentamento, como técnica para solução dos impactos originários do processo de deslocamento compulsório, engendra novas opressões e ameaças à reprodução da vida dos grupos rurais, bem como evidencia a dominação operada pelo setor elétrico em toda a dinâmica imposta aos atingidos, deflagrando “conflitos ambientais” e diferentes formas de resistência.

Publicado
2018-10-05
Seção
Sessões Temáticas