ST3 - 495 ILHA DA MADEIRA: UM BAIRRO COM A MARCA DO “X”
Resumo
Quais são os resultados do "progresso" para a população de um determinado lugar quando este é escolhido pelo "Deus do Capital" para ser uma "zona de sacrifício"? É a pergunta que invade as preocupações na Ilha da Madeira, bairro na baia de Sepetiba/RJ e foi documentada no registro fílmico “Território de Sacrifício ao Deus do Capital – o caso da Ilha da Madeira”. Por seus depoimentos morador-pescadores constroem um significado para "crescimento econômico", recordam cenários antigos e posteriormente desenhados com a chegada da Mercantil Ingá em 1959, produtora de zinco que após falir deixa como legado uma montanha de milhões de toneladas em metais pesados. Na contemporaneidade os ecos locais expressam novos medos e angústias diante das mudanças atreladas ao Programa de Aceleração do Crescimento e construção do Arco Rodoviário, que determinou a chegada da base e estaleiro para construção de Submarinos Nucleares, ampliação e instalação do complexo portuário-industrial, e marcam a ilha com um “X”. Além da reconfiguração funcional da baía e seu entorno, as obras ameaçam o arranjo socioambiental, registros tradicionais e impulsiona a questionar: Existe preço para a vida, quem ganha e, quem perde com a chegada desse tipo de progresso?