ST2 - 1208 CIDADE MERCADO, CIDADE FRAGMENTADA REFLEXÕES SOBRE A CIDADE DO RECIFE-PE

  • Danuza Pereira de Morais
Palavras-chave: Projeto Via Mangue, city marketing, Fragmentação Espacial, Legitimidade

Resumo

Este artigo busca analisar as reconfigurações socioespaciais ocorridas na cidade do Recife, mais especificamente no bairro do Pina a partir das ações advindas do Projeto Via Mangue, proposto pela Prefeitura da Cidade do Recife, onde através de discursos e práticas que enaltecem “modernidade”, trazem no seio de sua origem influências do chamado empreendedorismo urbano. Logo, compreendendo que a cidade encontra-se numa perspectiva de “venda”, na city marketing. Assim, este artigo recairá sobre as intervenções e gestões direcionadas à cidade, a partir de um ordenamento territorial que objetiva ampliar o espaço de acúmulo e reprodução do capital, revelando processos de fragmentação e integração espacial. Tais processos por sua vez, mostram-se ilegítimos espacialmente, por não levar em conta os modos de vida das populações que vivenciam o bairro, que, por sua vez, são contrárias as práticas que ostentam a cidade como mercadoria. Assim, tem-se como objetivo elucidar as repercussões dessas intervenções, admitindo que dentro dos pressupostos da city marketing há fragmentações espaciais que, dando ênfase, como já exposto, as ações da Via Mangue, são ilegítimas. Logo, a ênfase desse estudo, embasada nas observações e reflexões direcionadas à cidade, tem como intuito compreender as racionalidades dos atores sociais produtores do espaço urbano e as alterações no papel do Estado em favor dos princípios que regem a “cidade como empresa”. À luz dessas reflexões norteadas como fragmentada, há evidencias ainda de seu caráter articulador/conciliador entre interesses que a direcionam ao marketing urbano. Portanto, a problemática desse estudo se pauta em compreender e analisar como os preceitos do empresariamento urbano, caracterizado pela parceria público-privada, tem como objetivo político e econômico imediato na cidade do Recife, muito mais o investimento em empreendimentos imobiliários pontuais e especulativos do que as melhorias socioambientais da urbe.

Publicado
2018-10-03
Seção
Sessões Temáticas