ST2 - 1178 COMUNIDADES SAUDÁVEIS - SAÚDE E PARTICIPAÇÃO SOCIAL DE COMUNIDADES POPULARES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Resumo
A proposta de Municípios e Comunidades Saudáveis, criada no Canadá e fomentada pela (MCS) Organização Mundial de Saúde objetiva a construção de políticas públicas para melhoria na qualidade de vida. Seu enfoque operacional é a intersetorialidade e a participação social e o embasamento conceitual, a Promoção da Saúde. Este artigo analisa a apropriação do ideário de MCS por representantes de comunidades populares da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, organizados como Rede de Comunidades Saudáveis do Estado do RJ (RCS) e os efeitos desta Rede em suas práticas comunitárias e políticas. Dentre os resultados observados, destaca-se: a inserção da RCS no contexto das redes de mobilizações civis; a associação do formato rede à ideia de fortalecimento; a RCS como espaço de formação, de conteúdos e de práticas comunitárias e políticas; a ampliação do poder objetivo e simbólico dos seus participantes; a RCS enquanto espaço de sociabilidade, apoio, reconhecimento mútuo e troca de informação. Porém, embora a participação na RCS tenha qualificado a ação comunitária, observa-se a fragilidade dos espaços participativos - institucionalizados ou não - em conferir à participação popular um poder de decisão sobre as políticas públicas. Embora haja reconhecimento desses atores sociais por parte do governo, figuram como “atores” a serem convidados pela gestão pública a participar de estratégias pré-definidas, não se efetivando enquanto “autores”. A maior clareza das demandas pelos atores comunitários e sua forte presença nos espaços de participação institucionalizados não são suficientes para que o poder público traduza as reivindicações em políticas ajustadas às comunidades.