GT9 - 349 POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO E SUAS REPERCUSSÕES NO LOCAL: UM ESTUDO DO PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO DO PARQUE INDUSTRIAL E DA CONSOLIDAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, EM CENTRO DA TECNOLOGIA AEROESPACIAL DO BRASIL.

  • Adriane Aparecida Moreira de Souza
Palavras-chave: POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO, LOCAL, PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO, PARQUE INDUSTRIAL

Resumo

Nas duas últimas décadas, o surgimento de novos arranjos produtivos – que se sustentam a partir do constante processo de inovação tecnológica –, têm suscitado estudos de diversos campos. Da geografia, constata-se a importância dos estudos de Benko (1996), para o qual a reestruturação dos processos de produção é marcada pelo surgimento de novos espaços industriais, nos quais há uma forte interação entre universidades, centros de pesquisa e empresas de base tecnológica. No campo da economia, destaca-se a análise de Porter (1993), que concebe o conhecimento como um dos fatores de produção determinantes ao nível de competitividade da indústria. Do campo da sociologia, importante referencial é oferecido por Castells e Hall (2001), para os quais, informação e tecnologia convergem para a formação de centros industriais inovadores, presentes em, praticamente, todas as regiões dinâmicas do mundo.
Aos lugares que abrigam infra-estrutura ligada à produção de conhecimento e de tecnologias, como universidades, centros de pesquisas e empresas de base tecnológica, cujo desenvolvimento econômico e produção industrial apresentam-se atrelados ao desenvolvimento tecnológico, a bibliografia existente oferece um conjunto de denominações, tais como polos tecnológicos, tecnopolos, tecnópoles, parques tecnológicos, cidades da ciência etc. No entanto, para esse estudo, recorremos à concepção de Castells e Hall (2001, p. 31), que genericamente definem tais lugares como “formas específicas de concentración territorial de innovación tecnológica con un potencial para generar una sinergia científica y una productividad económica”, sendo o Vale do Silício, nos Estados Unidos, Sophía-Antípolis e os complexos de Grenoble e de Toulouse, na França, e Tsukuba, no Japão, reconhecidos exemplos desses novos espaços da indústria.
Mais do que em fases anteriores, ciência e inovação passaram a ser, nesta atual revolução tecnológica, responsáveis pelo desenvolvimento social e econômico e, condicionantes para a diferenciação de cidades, países e regiões. A produção de conhecimento e de tecnologia passou a ser uma atividade vantajosa para os países centrais, e, ao contrário, para um número maior de países, o atraso no domínio de novas tecnologias e o alto custo pago para a utilização de técnicas produtivas avançadas firmaram a relação de dependência, historicamente estabelecida, entre esses dois grupos de países. Sobre essa questão, Santos (1997, p. 27) esclarece que “a tecnologia aparece como uma condição essencial para o ‘crescimento’. Os países que possuem a mais adiantada tecnologia são também os mais ‘desenvolvidos’; as indústrias ou atividades servidas por uma tecnologia desenvolvida estão assim dotadas de um maior dinamismo”.

Biografia do Autor

Adriane Aparecida Moreira de Souza

Professora da Faculdade de Educação e Artes/Geografia e do Programa de Mestrado em Planejamento Urbano e Regional da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP).

Publicado
2019-01-31
Seção
Sessões Temáticas