GT8 - 723 MOBILIDADE ESPACIAL DA POPULAÇÃO E VULNERABILIDADE À POBREZA NA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS NO FINAL DA DÉCADA DE 2000.

  • José Marcos Pinto da Cunha
Palavras-chave: maiores aglomerações urbanas, MOBILIDADE ESPACIAL, VULNERABILIDADE À POBREZA, REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS

Resumo

Ao final dos anos 60, o Brasil inicia um processo acelerado e progressivo de metropolização, especialmente na região sudeste. Nesse processo, o papel da migração cumpriu papel preponderante sendo sempre citado como uma das principais causas das elevadas taxas de crescimento nas maiores aglomerações urbanas, sobretudo em função dos deslocamentos populacionais provenientes do nordeste e sul do país. Assim, essa expansão tanto física quanto demográfica das regiões metropolitanas tem sido uma grande preocupação de pesquisadores de várias áreas do conhecimento como a sociologia, geografia, urbanismo e, claro, a demografia.
Não obstante essa importância, a dinâmica metropolitana não tem sido muito explorada no que se refere à mobilidade da população, especialmente aquela que ocorre em seu interior. De fato, enquanto o papel das regiões metropolitanas é sempre destacado nos estudos sobre os processos migratórios nacionais e estaduais, pouco foi produzido sobre sua dinâmica interna no que se refere aos deslocamentos populacionais.
É bem verdade que vários estudos no Brasil já mostraram a importância da migração intrametropolitana em regiões de grande concentração demográfica como são os casos da RM de São Paulo (Cunha, 1994 and Antico, 2003), Rio de Janeiro (Lago,2000), e Belo Horizonte (Matos, 1994 e Rigotti e Rodrigues, 1994), no entanto, considera-se que ainda muitas questões continuam em aberto, seja pela falta de dados específicos, seja por uma menor preocupação com estas questões por parte dos demógrafos.
Dessa forma, analisar o processo migratório envolvendo uma região metropolitana significa não apenas considerar as várias formas de mobilidade que esse tipo de aglomeração engendra, mas também assumir que a mobilidade espacial da população não pode ser entendida apenas como um fenômeno ligado aos condicionantes relativos ao mercado de trabalho, mas também a outros como o mercado de terras, a busca por melhores condições de infra-estrutura, amenidades etc. Além disso, outros elementos como a experiência ou conhecimento prévios sobre a região, e a disponibilidade de capital social ou, mais especificamente, redes sociais estabelecidas deveriam ser consideradas tendo em vista que estas podem influenciar a mobilidade espacial e mesmo social dos indivíduos ou famílias, especialmente aquelas de baixa renda.

Biografia do Autor

José Marcos Pinto da Cunha

Demógrafo, professor livre docente do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de Demografia e pesquisador do Núcleo de Estudos de População, ambos da Unicamp

Publicado
2019-01-24
Seção
Sessões Temáticas