GT4 - 1163 NOVOS PROTAGONISTAS NOS ATIVISMOS DE BAIRRO: UMA ANÁLISE SOBRE AS NOVAS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO POPULAR

  • Daniel Souza Monteiro de Jesus
  • Mariana Do Carmo Lins

Resumo

A transformação na atuação dos movimentos de bairro irá refletir nas ações protagonizadas pelas Associações de Moradores e por outro segmento da sociedade, que emerge como principal protagonista dos conflitos urbanos na cidade do Rio de Janeiro, a saber, Grupos não organizados de moradores ou vizinhos de um mesmo bairro, favela, localidade ou região, aqui classificados como Moradores e Vizinhos. Esses grupos não organizados parecem ser a forma encontrada pela população carioca, principalmente a população de baixa renda, para reivindicar e tornar públicas suas demandas, frente a burocratização dos espaços institucionais e dos muitos adversários que dificultam a livre organização de parcelas da sociedade.
Ao observamos a ação desses dois coletivos comunitários - Associação de Moradores e Moradores e Vizinhos – podemos perceber as profundas desigualdades sócio-espaciais presentes na cidade do Rio de Janeiro e na sociedade carioca. As diferentes demandas, as formas de manifestá-las, os agentes a quem elas se dirigem e, principalmente, os locais de origem dos conflitos são bastante esclarecedores quanto ao papel desempenhado pelo Estado na manutenção do modelo capitalista no país e das limitadas margens de manobra disponíveis para os movimentos sociais.
Num primeiro momento analisaremos a distribuição dos conflitos ao longo do período estudado, relacionando com os eventos públicos que mobilizaram os moradores da cidade. Em seguida, analisaremos os Objetos de Conflitos, chamando atenção para a distribuição das diferentes demandas pela cidade, buscando relacionar com os Agentes Reclamados. As Formas de Luta adotadas por esses coletivos, bastante distintas entre si, serão objeto de análise no capítulo seguinte. E por fim, uma análise sobre os Locais de Origem dos conflitos, demonstrando a clivagem existente na oferta de serviços públicos e na liberdade de auto-organização da população do Rio.

Publicado
2018-11-26
Seção
Sessões Temáticas