ST 6 Do antiespaço moderno, pelo hiperespaço pós-moderno, ao encontro do espaço na contemporaneidade
Luca De Rossi Fischer
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Resumo
Os espaços assumiram diversas formas em constante retroalimentação com as sociedades que os constituíram. Se o espaço da tradição clássica era conformado a partir da subtração de sólidos, o modernismo tratou de decompor radicalmente essa concepção. A vanguarda passou a reduzir a complexidade da cidade a problemas funcionais, de modo que a contradição era suprimida na construção de um antiespaço, que se relacionaria muito mais com capacidade técnicas do que com as subjetividades dos indivíduos. Essa concepção começou a ser criticada por diversas correntes pós-modernas a partir dos anos 1960, que propunham uma compreensão do espaço enquanto colagem e fragmentação, que se referenciasse a uma sociedade diversa, frente ao reducionismo modernista. A reinserção da simbologia no espaço foi facilmente apropriada de modo a configurar uma arquitetura voltada à imagem mercadológica, resultando no hiperespaço pós-moderno, no qual o simulacro dissociado de seu contexto adquire hegemonia na produção espacial. Na contemporaneidade, toda essa produção culminaria no espaço-lixo, quando o design progressivamente passa a se colocar em mais âmbitos da vida, eliminado as possibilidades da eventualidade e indeterminação. Em contraponto, as instalações artísticas oferecem pontos de apoio para uma nova abordagem do espaço enquanto terreno para a experimentação e o acaso, como por exemplo nos “Penetráveis”, de Hélio Oiticica. A apreensão do espaço enquanto “terreiro eletrônico” também se coloca como modo de compreender a impermanência e mutabilidade como características cruciais da contemporaneidade, entendendo que se o espaço é aberto à mudança, do mesmo modo é o futuro dos sujeitos.