ST 1 PRODUÇÃO DAS FAVELAS E VILLAS E ESTRUTURAÇÃO DAS METRÓPOLES DE CURITIBA - BRASIL E TUCUMÁN – ARGENTINA
Madianita Nunes da Silva
Universidade Federal do Paraná
Natalia Paola Czytajlo
Universidade Nacional de Tucumán
Resumo
A década de 1990 inaugura uma nova fase de gestão urbana na América Latina,
marcada pela adoção de políticas de liberalização da economia e desregulamentação do
Estado que significaram o fortalecimento da ação privada na produção do espaço. Tal
fenômeno vincula-se ao momento histórico a partir do qual a globalização econômica se
manifesta com mais intensidade no continente e em função da importância das metrópoles
para a realização desse processo, os maiores impactos derivados das novas dinâmicas
presentes foram observados nestas aglomerações. (De Matos, 2004)
Uma das implicações da globalização econômica nas metrópoles foi o
aprofundamento das desigualdades socioespaciais (Gottdiener, 1997; Sassen, 2010; Ribeiro,
2011), que assumiu uma expressão contundente pelas mudanças ocorridas na produção dos
espaços de moradia. De um lado surgem novas tipologias residenciais destinadas à população
de maior poder aquisitivo, os condomínios residenciais fechados; e de outro, o aumento do
número de domicílios em favelas e villas para a parcela mais pobre dos citadinos. Essas
mudanças transformaram a lógica de estruturação do espaço das metrópoles, adquirindo uma
morfologia singular nas latino-americanas (Caldeira, 2000; Abramo, 2009).
O artigo analisa a produção das favelas e villas nas metrópoles de Curitiba –
Brasil e Tucumán – Argentina a partir da década de 1990, com o objetivo de comparar as
transformações derivadas desse processo no padrão de estruturação de seus espaços. A
reflexão toma como pressuposto, que a emergência de novas tipologias residenciais, formais e
informais, cumpre um papel importante na produção e estruturação das metrópoles
contemporâneas.