ST 2 INSURGÊNCIAS CONTRA O CAPITAL NA DISPUTA PELA TERRA: O ESTELITA, NO RECIFE E OS QUILOMBOLAS EM GARANHUNS, PE
Edinéa Alcântara de Barros e Silva
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – Campus Garanhuns
Edneida Rabelo Cavalcanti
Fundação Joaquim Nabuco
Paulo José de Albuquerque Marques da Cunha
UFPE
Resumo
Pode parecer estranho comparar duas realidades tão distintas como a luta do
Movimento Ocupe Estelita, no Recife, e a luta da Comunidade Quilombola Castainho, no
Agreste de Pernambuco, em Garanhuns. No entanto, há semelhanças estruturais que
aproximam essas duas realidades, que é a luta pela posse da terra, no caso das comunidades
quilombolas de Garanhuns, e a luta para decidir os desígnios do uso e ocupação do solo e pelo
direito à cidade, na base da luta do Movimento Ocupe Estelita, no Recife. Entendendo aqui o
direito à cidade “muito mais do que um direito de acesso individual ou grupal aos recursos
que a cidade incorpora: é um direito de mudar e reinventar a cidade, mas de acordo com
nossos mais profundos desejos” (HARVEY, 2014, p. 28).
De distintas formas, ambos movimentos estão lutando pelo direito ao uso e
ocupação da terra diferentemente do interesse do capital imobiliário. Essa luta ocupa uma
centralidade nos países emergentes, principalmente devido à necessidade de reprodução do
capital, que vem oferecendo pressão intensa nas cidades dos países em desenvolvimento,
particularmente América Latina. Nas palavras de Harvey (2014, p. 20).