ST 3 O Lugar da Propriedade Imobiliária na Era da Propriedade Mobiliária

  • raquel dantas do amaral Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo

Resumo

Esse trabalho propõe-se a debater as diversas oportunidades que o setor financeiro tem encontrado de capitalizar seu capital-dinheiro de modo muito mais acelerado do que no ciclo industrial (produtivo), a propriedade imobiliária tem se adequado à emergência por liquidez da atual conjuntura. O maior ganho da união entre a financeirização e produção imobiliária é verificado na capitalização dos rendimentos das finanças, que se realiza pela antecipação calculada de uma receita real, ou seja, uma especulação sobre um capital-dinheiro. Nesse contexto de transformação do regime de financeiro, outrora administrado, para um regime financeiro de mercado (regulamentação desregulamentada), é onde a propriedade da terra (imobiliária) e a propriedade do dinheiro (mobiliária) encontram-se, ambos capitais fictícios. As propriedades mobiliária e imobiliária constituem um patrimônio, por isso Chesnais denomina essa nova fase também de capitalismo patrimonial e o define como “mercado financeiro dotado de capacidade mágica de transformar dinheiro em valor que ‘produz’”, cuja finalidade “não é nem o consumo e nem a criação de riqueza que aumentem a capacidade de produção, mas o ‘rendimento’”. O trabalho salienta que, pautado na Teoria de Autonomia das Finanças proposta por Chesnais, no atual regime de acumulação capitalista, as finanças mostram-se bem mais independente da produção, numa condição de exterioridade, portanto colocando-se diferente do conceito de Hilferding de capital financeiro (união do capital bancário com o capital produtivo), o que acarreta muitas consequências negativas de ordem econômica, social e urbana.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas