Este artigo surge de um ambiente acadêmico em nível de pós-graduação que
estuda a relação entre Arte e Cidade, considerando que a arte afirma-se como um campo de
posicionamento crítico em relação às políticas urbanas e ao sistema capitalista hegemônico.
As manifestações artísticas identificam-se pois, com o conceito de “tática” em contraponto à
ideia de “estratégia”, pois permitem a ocorrência de apropriações espaciais espontâneas, fora
de sistemas ou organizações programados a priori.
Essa questão será aprofundada pelo campo da arte no seu viés contemporâneo,
mais especificamente, no sentido de relação que os objetos artísticos estabelecem quando
postos em situação. O objeto inserido no espaço urbano é mais do que uma simples coisa em
um contexto, ele é um agente, ou quase-agente, que induz à produção de um pensamento
político-estético sobre a cidade.
O objetivo deste artigo é construir uma leitura da cidade que estabeleça um
vínculo com a arte, através de um processo uno, amalgamado e necessário como produtor de
novos sentidos ético-estéticos.