ST 6 AGRESTES E DESAGRESTES: O MAPEAMENTO CULTURAL EM PERSPECTIVA
Juliana Michaello Macêdo Dias
UFAL
Walcler de Lima Mendes Junior
Centro Universitário Tiradentes - UNIT/AL
Resumo
Uma discussão sobre os processos de construção das identidades regionais no(s)
nordeste(s) costuma apoiar-se numa disputa pela hegemonia discursiva oscilando entre duas
construções: a “verdadeira identidade nordestina” ora é buscada nos discursos que remontam
ao período colonial - na Casa-Grande e Senzala da Zona da Mata, mas igualmente nas vilas e
cidades, no barroco das Igrejas de Pernambuco e da Bahia, nos doces e nas procissões -, ora é
afirmada na figura do sertanejo – “antes de tudo um forte”, o retirante, a terra rachada, a Asa
Branca e o canto do Acauã (por onde quiçá ressoam ecos da SUDENE de Celso Furtado).
Outros nordestes se constituem contemporaneamente - o Nordeste da praia paradisíaca alvo
dos empreendimentos turísticos, o Nordeste das carnavalizações -, mas no âmbito
institucional percebe-se pouca atuação na identificação e salvaguarda do patrimônio cultural
presente numa mesorregião que se constrói identitariamente como 'lugar de passagem',
'entreposto', 'elo de ligação' entre essas duas construções hegemônicas: o Agreste.