ST 6 PACIFICAÇÃO E EXCLUSÃO: O ESTADIO DE FUTEBOL NA PRODUÇÃO DA CIDADE-ESPETÁCULO

  • Gilmar Mascarenhas UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Resumo

Com efeito, as últimas duas décadas vêm apresentando, em escala mundial, uma formidável onda de construção e reforma de estádios de futebol. A Copa do Mundo de 2002, a primeira realizada na Ásia, representou um marco fundamental nesse processo de mudança, mediante o esbanjamento de recursos para construir ou reformar não menos que vinte estádios, contrastando com a edição anterior, a Copa de 1998, na França, que erigiu um único novo estádio, o Stade de France, em Paris. Para realizar a Copa de 1994, os Estados Unidos seguiram critério similar e apenas reformaram seus estádios. No cenário futebolístico, o século XXI tem sido marcado pela difusão maciça das novas e sofisticadas “arenas”. No plano arquitetônico, a tônica dominante é a ostentação monumental destes novos objetos icônicos. No aspecto funcional, prevalecem promessas de segurança, tecnologia e comodidade ao público assistente. No âmbito social, o novo conceito de estádio tende ao elitismo explícito. Na dimensão cultural, o banimento ou repressão ao amplo repertório de praticas coletivas, expresso em cantos e coreografias.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas