ST 8 O URBANISMO DE SATURNINO DE BRITO E SUAS RESSONÂNCIAS
Daniel Tochetto de Oliveira
PROPUR-UFRGS
Celia Ferraz de Souza
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Resumo
O engenheiro Francisco Saturnino Rodrigues de Brito, formado pela Escola
Politécnica do Rio de Janeiro, em 1886, desde cedo dedicou-se ao sanitarismo e se tornou o
maior expoente no país, até 1924, quando faleceu em Pelotas-RS, enquanto realizava o plano
dessa cidade. Destaca-se, na sua atuação, a posição de sempre ter defendido a necessidade da
elaboração de um plano para a cidade, antes mesmo de projetar as redes de infraestrutura e
saneamento, já que essas deveriam crescer com a cidade. Se essa não tivesse um plano1, então
teria que fazê-lo. Brito entendia o plano como um meio de assegurar um desenvolvimento
harmônico da cidade e de redefinir o conjunto de sua estrutura (SOUZA, 2010). Esse
procedimento o levou a estudar mais profundamente a cidade, conhecer autores desse campo,
discutir com os mesmos, escrever sobre o assunto, participar de vários congressos para então
elaborar os planos, o que fez para diversas cidades brasileiras. Brito propôs em média vinte e
oito planos pelo Brasil, entre eles o de Santos, chamado de Planta de Santos, um de seus
primeiros trabalhos, que suscitou uma grande discussão com a Câmara Municipal, da qual
permite pinçar claramente suas ideias. Dos seus textos, teve grande repercussão o escrito
Notes sur le tracé sanitaire des villes, de 1916, que enviou à França e mereceu um prêmio da
Association Générale des Hygienistes et Techniciens Municipaux. O objetivo deste artigo é
dar continuidade ao assunto desenvolvido por Carlos R. Monteiro de Andrade e mostrar como
as ideias urbanísticas de Brito circularam pelo Brasil e fora dele, focando a análise na Planta
de Santos e no texto enviado para França.