Patrick Di Almeida Vieira Zechin
Universidade Estadual de Goiás
Frederico Rosa Borges de Holanda
Universidade de Brasília
Resumo
Nos últimos anos, o Brasil conheceu algum progresso no que diz respeito à diminuição de nossa desigualdade socioeconômica. Contudo, incorporar uma enorme população às engrenagens da produção, circulação e consumo de bens é ainda um enorme desafio para o país, já que esta parcela populacional se encontra alijada do acesso a bons empregos, lazer e cultura por conta de um fenômeno intrinsecamente ligado à desigualdade que é a segregação urbana. Embora a desigualdade tenha recuado, a segregação entre as classes mais altas e as mais baixas no Brasil não conheceu melhora e o ambiente urbano brasileiro continua sendo um lugar de exclusão e marginalização para um grande contingente populacional. Assim temos a necessidade de produção de informações mais precisas, detalhadas e úteis para a tomada de decisões na esfera política no aperfeiçoamento das políticas públicas referentes à desigualdade, de modo que os formuladores de políticas possam levar em conta a relação entre o espaço e a desigualdade. A partir de técnicas de geoprocessamento e métodos de estatística espacial, este artigo tem como objetivo analisar a relação entre duas áreas absolutamente distintas socioeconomicamente, aquelas que apresentam os maiores e menores índices de renda per capita, tendo como unidade de análise os setores censitários das cinco cidades mais desiguais do país a partir da substituição do tradicional Índice de Dissimilaridade D por índices de segregação alternativos a partir de ferramentas de análise e estatística espacial capazes de apresentar matizes mais detalhadas da segregação que escapam das limitações dos índices comumente utilizados.