ST 6 Cidade consensual, cidade insurgente: notas sobre o ativismo urbano no centro de São Paulo
Carlos Henrique Magalhães de Lima
Universidade de Brasília
Resumo
O presente artigo apresenta uma perspectiva particular sobre o ativismo na cidade tomando como universo de investigação manifestações críticas no espaço público que confrontam as atuais “práticas urbanísticas” (Farias Filho, 2010) incidentes na região central de São Paulo. Para conduzir essa leitura, propõe-se duas denominações na tentativa de identificar aspectos centrais dessas dessa disputa: a “cidade consensual”, vinculada predominantemente aos governos, empresas e instituições, que se refere à lógica de projeto e planejamento restritivas, centralizadoras e associadas sobretudo ao capital financeiro e imobiliário; e a “cidade insurgente” para tentar dar conta de parte das reações críticas a esses processos. Numa perspectiva teórica, duas figuras conceituais são destacadas aqui: o “consenso”, compreendida a partir de diversos teóricos, remete à supressão de características desejáveis da dimensão urbana, como a pluralidade e alteridade; o “dissenso”, remete ao ativismo, como alternativa agosnística encampada por diversos coletivos engajados nessa questão. O que se procura levantar aqui são subsídios potenciais para ampliar a compreensão do atual campo de tensões que se desenha nesse trecho urbano enfrentando o desafio metodológico de identificar nas ações e discursos dos ativistas sua principal fonte de investigação.