ST 6 Entre o urbanismo paulistano e o Paranoia de Roberto Piva e Wesley Duke Lee

  • Cícero Menezes da Silva FAUFBA

Resumo

Este artigo tematiza e apresenta a cidade de São Paulo, em especial, pela via de uma "poiésis" efêmera em relação ao espaço urbano, tanto por meio do campo literário quanto por meio do campo fotográfico. Sob tal asserção a proposta aqui consistirá em analisar, mais detidamente, o conteúdo textual concebido por Roberto Piva e o conteúdo imagético levado a cabo por Wesley Duke Lee; ambos, reunidos no livro "Paranoia". A partir daí, sob três capítulos, tal análise buscará, sobretudo, verificar como se dá a tensão entre ambos os empreendimentos engendrados e as então coetâneas injunções homogeneizatórias da cidade de São Paulo. Assim, o primeiro capítulo apresentará uma “Homogeneização urbana paulistana”, sobremaneira, desenvolvida entre as décadas de 1920 e 1960. Nesta seção serão elencados nomes como Prestes Maia, Anhaia Mello e Robert Moses; os três como os principais articuladores urbanísticos com propostas que tiveram um forte impacto na morfologia e na vida urbana paulistana. Já no segundo capítulo, “A díptica 'Paranoia' paulistana entre Piva e Duke Lee”, nos deteremos às questões mais específicas do livro "Paranoia" e da cidade de São Paulo nele incrustada, buscando assim expor o seu modo conceptivo, tanto na elaboração quanto na montagem. Por fim, no terceiro capítulo, “Heterologia urbana paulistana”, através da crítica utilitária batailliana, então nos deteremos a uma análise do conteúdo narrativo de ambos os empreendimentos do livro para anunciar uma paisagem urbana absolutamente escatológica, a qual, de tal modo, vilipendiou e ainda vilipendia tudo que se pretendeu homogêneo na capital paulista.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas