ST 2 A QUESTÃO REGIONAL FLUMINENSE E A AGENDA GOVERNAMENTAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: DA FUSÃO (1974) ATÉ MOREIRA FRANCO (1991)
Robson Santos Dias
Instituto Federal Fluminense - Campus Cabo Frio
Resumo
O presente estudo possui um caráter histórico, com pretensões de lançar luz a um
tema que ainda é central no Estado do Rio de Janeiro (ERJ): sua peculiar e contraditória
estrutura territorial, que ainda reflete a cisão institucional que dividiu por décadas a cidade do
Rio de Janeiro e seu entorno, o antigo Estado do Rio de Janeiro. As disparidades entre o
núcleo e a periferia metropolitana por um lado, e entre a região metropolitana e o interior, por
outro, marcam indelevelmente o ERJ, disparidade essa que ainda alimenta pretensões de certo
regionalismo carioca que prega a desfusão e a refundação do Estado da Guanabara (EG)1.
Esta contradição de base territorial é o que se rotula neste trabalho de “questão regional
fluminense”.
O objetivo é analisar a inserção dessa questão na agenda governamental do ERJ
após a fusão de 1974 nos governos Faria Lima (1975-1979), Chagas Freitas (1979-1982),
Brizola (1983-1986) e Moreira Franco (1987-1991). A tese central defendida é que a questão
regional fluminense foi um dos principais temas que legitimaram a fusão entre o EG e o ERJ
em 1974, sendo inclusive fortemente institucionalizada no aparato governamental do primeiro
governo. Porém, ao longo dos governos seguintes, a questão regional fluminense foi sendo
retirada da agenda governamental, reverberando também no arranjo institucional do
planejamento regional, que foi paulatinamente desmontado.