ST 8 ECOLOGIA, CIBERNÉTICA E O “PARADIGMA SISTÊMICO” NO PLANEJAMENTO: NOTAS PARA CRÍTICA DE UM MODELO, SUAS IMPLICAÇÕES E LIMITAÇÕES
Marcos Virgílio da Silva
Centro Universitário Belas Artes de São Paulo
Resumo
O propósito deste trabalho é reconhecer e discutir algumas das matrizes
discursivas que contribuíram para a constituição do que, para certos autores ligados aos
movimentos ambientalistas contemporâneos, constitui a emergência de um novo paradigma –
o pensamento “sistêmico”. Esse paradigma teórico tem suas origens vinculadas em grande
parte às disciplinas biológicas, mas na segunda metade do século XX alcançou também
outras disciplinas. Ao ser aplicada ao âmbito das ciências sociais e humanidades, possibilitou
a constituição de um aparato conceitual e metodológico imediatamente transposto para o
planejamento urbano e regional. Nessa passagem, duas contribuições se mostram
particularmente importantes: a chamada Teoria dos Sistemas e a ecologia ecossistêmica.
Intercâmbios como esses não são processos simples, e a “tradução” de categorias
conceituais ou de ferramentas analíticas de um campo a outro trazem o risco de
simplificações, reducionismos ou simplesmente equívocos.