ST 2 MEGAEVENTOS, MEGAPROJETOS E POLÍTICAS HABITACIONAIS: NOVOS INSTRUMENTOS LEGAIS, NOVOS ARRANJOS DE ATORES E NOVAS FORMAS DE REPETIR O PASSADO

  • lucia capanema alvares Universidade Federal Fluminense

Resumo

O planejamento estratégico, adotado largamente desde os anos 1940 nos países centrais, enseja um planejamento das cidades feito por experts e autoridades que atenda a objetivos gerais de mercado e adote quaisquer meios, desde que eficientes e eficazes, independentemente de questões valorativas e/ou normativas. Os planos são financiados pelo segundo setor, o da produção privada, que passa a decidir na mesma medida em que financia. Os processos decisórios passariam assim das mãos dos governos para o domínio do capital privado com a aprovação e o encolhimento dos primeiros. Pode assim ser percebido como o modo preferencial de administrar de governos neoliberais, já que aposta no mercado e na iniciativa privada, restando aos agentes públicos a tarefa de atender às necessidades do mercado. O processo de globalização dos anos 1980 e 1990 transformou a dinâmica mundial e acirrou ainda mais a competição entre as localidades (Borja e Forn, 1996), que terminaram por abraçar o planejamento estratégico: estado mínimo e planos elaborados pelo segundo setor segundo seus interesses, deixando nossas cidades irremediavelmente submetidas ao capital. Torres Ribeiro (apud Câmara, 2006) conclui que a economia se impõe à política e o mercado ao Estado, ampliando os níveis de desigualdade e concentração de renda. O Estado adota políticas repressivas e as cidades passam a ser geridas como empresas.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas