ST 11 Parque Pinheirinho d’Água: a construção coletiva do espaço público
Paula Martins Vicente
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
Catharina Pinheiro Cordeiro dos Santos Lima
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
Resumo
A periferia noroeste da cidade de São Paulo desvela uma paisagem urbana densa onde convivem conjuntos habitacionais, favelas e mais recentemente condomínios construídos pelo mercado imobiliário (na disputa flagrante por esses territórios); esse diversificado mosaico habitacional se acomoda sobre uma base biofísica sensível e exuberante, onde ainda é possível observar a resiliência de extraordinárias áreas úmidas (com suas nascentes, córregos e brejos), matas nativas remanescentes e encostas íngremes de cujos topos se descortinam impressionantes perspectivas desse tão singular mosaico urbano.
A população dessa região tem se organizado, de forma expressiva, para a garantia de direitos fundamentais em lutas políticas em torno de causas sociais. Entretanto, têm surgido lutas não apenas em prol de necessidades imediatas, como moradia e saúde, mas, também pela reivindicação de espaços livres públicos, como parques e praças, evidenciando uma sensibilização para as questões ambientais, com um desejo implícito por paisagens mais humanizadas. Esses processos contam, predominantemente, com crianças e educadores como protagonistas.
O presente artigo apresenta projetos de Extensão e Cultura que se inserem no âmbito de parcerias entre escola, universidade e poder públicos, discutindo seus ganhos, fragilidades e também a importância de trabalhos dessa natureza na formação técnica e humanística dos participantes e do norte ético que mobiliza pensamentos e ideais em prol de uma sociedade mais justa e solidária.