ST 9 ECONOMIA SOLIDÁRIA E REFORMA URBANA: CAMINHOS PARA UMA INTERAÇÃO POLÍTICO TERRITORIAL DAS PRÁTICAS ASSOCIATIVAS

  • Luciana Correa do Lago IPPUR/UFRJ

Resumo

A intenção desse texto é apontar alguns caminhos possíveis para o fortalecimento e multiplicação das práticas associativas e autogestionárias em curso hoje no Brasil, no contexto de crescente diversidade da classe trabalhadora no que se refere à capacidade de consumo e às formas de trabalho. Nos últimos dez anos o assalariamento retomou seu crescimento em alguns setores estratégicos da política anticíclica como o da construção civil, ao mesmo tempo em que uma miríade de microempreendedores, individuais ou associados, passou a disputar um lugar no mercado de serviços e de varejo. A economia dos setores populares ganhou força com a maior circulação de dinheiro e com isso, intensificou a inserção desses setores no circuito capitalista financeiro e de mercadorias. Em síntese, grande parte da classe trabalhadora alcançou melhor qualidade de vida ao acessar o crédito para a casa própria, o carro, a passagem aérea, entre outros bens e serviços. Não se trata apenas da integração dos trabalhadores no mercado, mas pelo mercado, como consumidores e empreendedores. Para Marilena Chauí, a entrada de novos segmentos da classe trabalhadora no consumo de massa é acompanhada pela adesão prática e ideológica ao “individualismo competitivo e agressivo” como princípio de organização das relações de trabalho e das relações sociais em geral.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas