ST 2 Interação digital ou presencial em Sistemas de Inovação imaturos: uma leitura a partir de grupos de pesquisa em engenharia química pernambucanos

  • Ana Cristina de Almeida Fernandes UFPE
  • Arlindo Figueirôa Escobar Teixeira de Oliveira Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Resumo

Situando-se na reflexão sobre efeitos territoriais de políticas públicas de CT&I, o artigo busca contribuir ao debate sobre a importância da proximidade no processo de inovação no contexto de socioeconomias menos desenvolvidas. Compreendendo que interações entre academia e empresas são importante elemento no processo de inovação, observamos que proximidade não concerne apenas à dimensão geográfica. Outras dimensões de proximidade são identificáveis (cognitiva, social, institucional e organizacional). Este enfoque permitiu verificar que, diferentemente do registrado em países avançados, a proximidade geográfica ainda importa para interações universidade-empresa em sistemas de inovação imaturos, apesar das tecnologias digitais disponíveis. Tal observação baseia-se em investigação focada nas interações com empresas de grupos de pesquisa em engenharia química pernambucanos, utilizando dados secundários nas escalas nacional, regional (Nordeste) e estadual (Pernambuco), obtidos nos Censos 2004 e 2010 e nas Bases Correntes 2008 e 2012 do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq, e entrevistas com líderes dos grupos de pesquisa pernambucanos. Os resultados demonstraram ainda que proximidades social e cognitiva são essenciais para a interação universidade-empresa, e que proximidades institucional e organizacional favorecem as relações entre os grupos de pesquisa, e entre estes e as empresas. A proximidade geográfica, porém, confirmou-se como especialmente relevante, com as iniciativas para a interação partindo mais dos pesquisadores que das empresas, refletindo baixa demanda por cooperação por parte destas últimas. Esta baixa demanda decorre da reduzida importância da inovação para a estratégia concorrencial das empresas, característica de economias menos dinâmicas, refletindo correlação entre baixas capacidade inovativa e ocorrência de interações universidade-empresa.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas