ST 2 PLANEJAMENTO E GESTÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE: A CONSTRUÇÃO DE UMA POLÍTICA PÚBLICA
ANA CAROLINA UTSCH CORREA
UFMG
Resumo
Os estudiosos da questão metropolitana (Azevedo e Mares Guia, 2000) (Machado, 2009)
classificam em três fases a história do tema. A primeira fase se inicia no governo militar
quando há a promulgação de legislação que estabelece as regiões metropolitanas no país. Em
Minas Gerais, há atuação de um órgão estadual técnico, o Plambel, que justifica nomear essa
primeira fase de “tecnocracia esclarecida”.
Em resposta à primeira fase, com a redemocratização segue-se uma fase de “retórica
municipalista exacerbada” (Azevedo e Mares Guia, 2000, p.8), ainda sem conseguir
estabelecer um equilíbrio entre os entes federativos na questão metropolitana. Essa resistência
se expressou na Constituição Federal de 1988 (CF 88) que delegou aos estados legislar de
modo flexível sobre o tema.
Esse segundo modelo não conseguiu responder adequadamente à questão metropolitana,
supramunicipal, portanto segue-se a terceira fase de “recentralização”, atualmente vigente, em
que há uma renegociação sobre os papéis do governo estadual e governos municipais em
relação à RMBH. A partir dos anos 90 surgem novos arranjos institucionais, propondo formas
de associação compulsórias entre municípios que enfrentam uma mesma realidade (gestão das
bacias hidrográficas) ou voluntárias (parcerias entre municípios metropolitanos), permitindo
que cada realidade componha seu próprio escopo de atuação. A legislação mineira estabelece
um novo modelo compulsório em que restabelece os pesos da participação do governo
estadual, municipal e da sociedade civil, inclusive, sobre a questão metropolitana.