ST 7 MEGAEVENTOS E INFORMALIDADE URBANA: O CASO DO LAGAMAR EM FORTALEZA
Clarissa F. Sampaio Freitas
UFC - Universidade Federal do Ceará
Resumo
A convivencia entre o tecido urbano formal e os assentamentos precários de baixa renda é
uma característica central do processo de urbanização brasileiro desde suas origens. Ambas as
realidades urbanas são produtos de um mercado imobiliário restrito a determinadas classes
sociais submetido a normas urbanas com questionável capacidade de proteção do interesse
coletivo. Se por um lado, o tecido da cidade formal é facilmente compreendido como
resultado da lógica do planejamento urbano estatal, por outro lado torna-se ainda necessário
disseminar a compreensão da informalidade urbana como subproduto desta mesma lógica
(Cymbalista, 1999). Da perspectiva do interesse público, a informalidade urbana gera, não
apenas a impossibilidade de controle sobre o uso e ocupação do solo, resultando no avanço
da urbanização sobre áreas inadequadas como leitos viários, áreas públicas e áreas frágeis mas
também a desconsideração dos direitos da população à moradia em seu sentido amplo, e uma
situação de insegurança de posse. Trata-se portanto de um processo socialmente excludente e
também predatório, com uma importante perda da qualidade ambiental urbana para a
coletividade.