ST 4 Os discursos da sustentabilidade no planejamento urbano em Curitiba/PR: o caso da Reserva do Bugio

  • Ana Claudia Stangarlin Fróes Universidade Federal do Paraná

Resumo

O rebatimento da sustentabilidade para o meio urbano tem se relacionado com a promessa de tornar a cidade mais durável, ágil e eficiente por meio do planejamento. Tal viés é dado pela apropriação da sustentabilidade como artifício discursivo por parte de determinados agentes hegemônicos envolvidos na produção do espaço urbano que buscam produzir a cidade conforme interesses emblemáticos. Assim, o arquétipo de “cidade sustentável” acaba por encobrir a incapacidade ou a indiferença das políticas urbanas de adequar a oferta de serviços às demandas sociais. Partindo do pressuposto de que o planejamento urbano de Curitiba/PR vem adotando discursos da sustentabilidade para justificar e legitimar interesses de agentes hegemônicos e, paralelamente, deslegitimar o direito à moradia dos habitantes de ocupações informais, o artigo em questão busca compreender como ocorre a espacialização dos preceitos de sustentabilidade urbana na contemporaneidade. Para tal fim, foi adotada a Reserva do Bugio como objeto de estudo. Instituída em março de 2015, a Reserva abrange uma área marcada pela presença de rios, ocupações irregulares, atividades minerárias e remanescentes florestais significativos. O estudo analisa os discursos utilizados para justificar a delimitação da Reserva, com foco no tratamento dado aos diversos interesses existentes na área. Segregação, desigualdade e preconceito ambiental são algumas das questões que surgem quando se aprofunda a análise sobre os conflitos que permeiam este espaço.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas