ST 3 As mudanças no padrão migratório internacional do Brasil e o estabelecimento de clusters de emigração no território
MARDEN BARBOSA DE CAMPOS
IBGE
Diego Rodrigues de Macedo
IBGE
Resumo
De país historicamente receptor de migrantes internacionais, o Brasil passou,
nas últimas décadas do século passado, a enviar um contingente maior de população para o
resto do mundo do que o total de imigrantes que aqui chegavam (CARVALHO, 1996;
OLIVEIRA et. al. 1996). Desde então, o país tornou-se uma importante região de origem
de emigrantes internacionais. As evidências sugerem que o país experimentou o que De
Haas (2008) denomina de “migration hump”, caracterizado pela elevação temporária de
um fluxo migratório internacional. Este fenômeno foi observado em diversos países por
Martin e Taylor (1996) em um estudo que avalia a relação entre comércio internacional e
migração.
O objetivo deste artigo é identificar as regiões de origem dos emigrantes
internacionais no território brasileiro, através do mapeamento de clusters espaciais de
emigração internacional. Esses clusters representam os aglomerados de municípios
espacialmente autocorrelacionados por apresentarem um elevado percentual de domicílios
com membros residindo no exterior. Isto será feito utilizado um modelo de análise
estatística espacial (Índice de Moran), com base nas informações do Censo Demográfico
2010 do IBGE.