ST 6 A resistência do lugar e o grafite: identidade, cidadania e meio ambiente no Distrito do Grajaú em São Paulo – SP

  • ANDERSON AKIO SHISHITO Universidade Estadual Paulista - Rio Claro
  • Fabricio Gallo UNESP

Resumo

O presente artigo propõe discutir o grafite na periferia da cidade de São Paulo (SP) como uma manifestação territorial. O grafite é um fenômeno urbano que compõe e propõe uma relação viva, direta e de fácil assimilação com a cidade. Sendo o grafite uma forma de expressão genuína do indivíduo que o produz em consonâncias com suas experiências cotidianas, a dialética socioespacial que se apresenta nele o torna importante instrumento de representação da cidade. Nesse contexto, a interação entre o grafite, as pessoas e a cidade ganha destaque nessa análise, que tem como objeto de estudo o trabalho desenvolvido pelo Coletivo Imargem no distrito do Grajaú. Através de uma ação multidisciplinar, o coletivo utiliza a linguagem do grafite como principal ferramenta para fomentar a comunicação e discussão de questões relevantes à comunidade a qual atuam. Temas como a ampliação da noção de pertencimento da população ao espaço vivido e a visibilidade das demandas locais são comuns entre suas práticas. Desse modo, consideramos a força dos lugares, entendendo que o lugar não é um pano de fundo impassível e neutro, mas um condicionante condicionado, dotado de um dinamismo próprio e revestido de autonomia. Trata-se, então, de analisar a ação do grafite como arte acessível e politizada, focada na democratização da cultura e do direito à cidade, resinificando o espaço em suas múltiplas dimensões, ou melhor, uma atuação contra-hegemônica com foco na difusão da possibilidade de uma experiência urbana mais solidária e justa.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas