ST 8 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A (RE)PRODUÇÃO CAPITALISTA DO ESPAÇO URBANO NA VISÃO DE HENRI LEFEBVRE E LEWIS MUMFORD
REGINALDO MAGALHÃES DE ALMEIDA
FUMEC/MG
Resumo
Diversos autores, como Leonardo Benevolo (1963/1994, 1960/1998) e Françoise
Choay (1965/1998, 1970), que estudaram profundamente as cidades, revelam que estas, sobre
a influência da industrialização, principalmente a partir de meados do século XIX, ampliaram
a sua atratividade, como uma construção destinada ao desenvolvimento humano, ao mesmo
tempo em que, em seu espaço, conformaram uma série de problemas urbanos, como a
poluição, os déficits habitacionais e de infraestrutura, os congestionamentos nos sistemas de
transportes e, fundamentalmente, as enormes desigualdades socioespaciais. Esses problemas
que acompanham o processo de produção e reprodução urbana, ainda hoje, são comuns às
grandes cidades no mundo capitalista e, particularmente, nos países da América Latina.
O escritor Lewis Mumford (1895-1990), que nasceu e viveu em New York, foi
professor de ciências humanas e planejamento urbano e regional em várias universidades
americanas e em diversos países do mundo e dedicou seus estudos em revelar as
consequências do uso da tecnologia pela sociedade urbana e a consequente desumanização
das cidades (MILLER, 1982). O autor revelou que seu pensamento fora inspirado pelas
palestras e publicações do biólogo e planejador urbano Patrick Gueddes (1854-1932),
principalmente o livro “Cities in Evolution - An introduction to the town planning movement
and to the study of civics” (GEDDES, 1915). Em “A cidade na história: suas origens,
transformações e perspectivas” publicado por no início da década de 1960, Mumford delatou
como a materialidade da produção capitalista do espaço era causa determinante, não só das
mudanças na cidade dos séculos XIX e XX, como também de grande parte dos problemas
urbanos (MUMFORD, 1961/1998). Por sua vez, o estudioso do planejamento Peter Hall
(1988/2011) revela que, a partir da década de 1970, houve uma explosão de literaturas
inspiradas na teoria marxista sobre o crescimento e as transformações urbanas que avançaram,
principalmente, para além da materialidade da produção capitalista do espaço.