ST 7 PLANEJAMENTO URBANO POLITIZADO E IDEOLOGIA: O PAPEL DOS PLANOS DIRETORES PARTICIPATIVOS NO DISCURSO DA REFORMA URBANA
Jose Ricardo Vargas de Faria
Universidade Federal do Paraná
Resumo
No campo das disputas sobre como transformar as cidades, os fins e os meios em
jogo constituem um amplo cabedal de ideias, técnicas, projetos, intervenções, instrumentos
jurídico-administrativos que são permeados por ideologias e opções políticas. Desde um
planejamento normativo de caráter sistêmico, eventualmente “enriquecido” pelos processos
participativos, até a estratégia de realização de obras pontuais como instrumento de estímulo à
revitalização da cidade, elaborada ideologicamente como “acupuntura urbana” (LERNER,
2003), cada concepção reivindica para si a capacidade de promover o desenvolvimento – e
não é demais lembrar que para cada concepção a palavra desenvolvimento assumirá um
sentido distinto. Como afirmam Sanchez et al. (2005, p.37), “competitividade,
‘empresariamento’ (urbano), planejamento estratégico (por projetos), intervenções pontuais,
entre outros enunciados” compõem as iniciativas adotadas pelas administrações como
soluções “milagrosas” para os problemas das cidades.