ST 2 PERCEPÇÃO DE USUÁRIOS QUANTO ÀS ADOÇÕES DE ESPAÇOS PÚBLICOS ABERTOS DE LAZER E TURISMO URBANOS
Fernanda Costa da Silva
Centro Universitário Metodista IPA
Maria Cristina Dias Lay
PROPUR-UFRGS
Resumo
Planejar um lugar implica em se conseguir arranjar o ambiente físico externo para
dar suporte ao comportamento humano (Lynch, 1962). Nessa perspectiva, o espaço público
seria o resultado dos processos de relação entre o Estado e a sociedade civil (Souza, 2008),
configurando-se como importante ferramenta de diálogo entre essas duas esferas. Mais do que
isso, o planejamento está associado às possibilidades de democratização da relação entre
Estado e sociedade (Ribeiro, 2006), residindo aí a importância da participação da comunidade
na tomada de decisões para o estabelecimento desse espaço enquanto público. Para alcançar
esse fim, é imperativo que se conheça as necessidades dos usuários, as quais podem ser
percebidas de acordo com as formas de apropriação e uso.
Especificamente em relação ao planejamento turístico e sua relação com os
consumidores do espaço, Silveira (2005) expõe a analogia direta que há entre a consideração
da percepção espacial para a construção de um planejamento turístico e os resultados
positivos dessa prática. Shaftoe (2008) também salienta a importância do modo como os
espaços públicos são geridos, além da necessidade de prover ambientes públicos de qualidade.
A mesma prática de participação dos usuários deve ser considerada particularmente quanto à
gestão do meio urbano em face das estratégias e dos instrumentos ao dispor do Poder Público
para atrair investimentos privados. Nada obstante, o que se observa atualmente são a baixa
qualidade e a inexpressiva incidência do debate acessível acerca da gestão compartilhada
entre os poderes público e privado para espaços abertos, de uso irrestrito (Pereira, 2011), em
especial nos países com pouca tradição nesse formato de administração, como é o caso do
Brasil (Maricato; Ferreira, 2002).