Pedalar é uma atividade complexa, e pensá-la envolve relacionar muitas variáveis: histórica,
política, subjetiva, cotidiana, entre outras. Esse artigo, contudo, é uma tentativa bastante
experimental de transpor um pouco desse desafio, e teorizar, sem deixar de considerar a
complexidade das nuances, a experiência ciclista nas cidades. Para isso, relacionaremos diversos
campos teóricos.
De início, nos dedicaremos brevemente a pensar as ressignificações do pedalar ao longo dos
tempos, ou seja, as variações sociológicas e históricas da experiência ciclista, desde seu surgimento
mecânico atual no século XIX, até os dias de hoje. E, em seguida, faremos um esforço teórico para
dar algumas pistas do que acreditamos ser a experiência do ciclismo urbano contemporâneo.
Antes de tudo, porém, é importante esclarecermos alguns conceitos que nortearão nossas
reflexões. Primeiro, o de sujeito. Entenderemos, aqui, o sujeito - tal como sugerem Deleuze &
Guattari (2013) - como um processo de produção, como uma forma incompleta, exteriorizada,
aberta, capaz de afetar e ser afetado por tudo que se passa, social, política e historicamente. Em
síntese, não mais como forma sujeito, mas como processo subjetividade.