ST 7 São Luiz do Paraitinga: sobre o imaginário fundacional e suas projeções
Renata Rendelucci Allucci
Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Maria Cristina da Silva Schicchi
Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Resumo
A partir da compreensão das histórias da fundação, da urbanização e dos patrimônios culturais da cidade paulista de São Luiz do Paraitinga, percebemos como o encadeamento de certos acontecimentos vão formando um arcabouço que, posteriormente, será apropriado com propósitos diversos pelos estudos acadêmicos, pelas políticas públicas e por alguns grupos sociais constituídos por moradores.
Alicerçados pela tradição, o patrimônio arquitetônico e o traçado urbano dessa cidade encontram na história– no tempo e no espaço – delimitadores que asseguram sua permanência e validam sua continuidade, legitimados não apenas pelo instrumento do tombamento como também pelos discursos de seus governantes e por parte de seus 10.000 habitantes.
Um fato incomum, a enchente ocorrida em 2010, trouxe à tona reflexões sobre a utilização da memória para reconstruir física e moralmente a cidade e sobre como essa reconstrução pretendeu manter a identidade conquistada, muitas vezes como forma de resistência.
A intenção revelada de deter o tempo no lugar suscita questionamentos sobre os usos do passado; para isso, novamente, são invocadas a tradição e a memória, em um circuito que, em processo, auxilia e serve como estratégia para afirmação da associação entre tempo, tradição e história.
Para compreender o que aqui se propõe, foi adotado o método histórico-analítico, com coleta de informações em fontes primárias (processos de tombamento, documentos do município) e levantamento de campo fotográfico. Outras informações foram pesquisadas na bibliografia sobre a cidade e em estudos técnicos anteriores, além da leitura de autores que tratam dos temas aqui propostos.