Sara Raquel Fernandes Queiroz de Medeiros
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Resumo
Neste artigo a abordagem da gentrificação trilha o caminho de uma abertura conceitual que contempla as transformações urbanas e a valorização dos conjuntos habitacionais em Natal, que passaram a ser ocupados – de imediato ou posteriormente a entrega – por uma população de maior poder aquisitivo. Neil Smith, um dos autores consagrados nas pesquisas sobre gentrificação, reconhece que que esse processo não ocorre da mesma forma em todos os lugares; acontece de forma diferenciada e apresenta particularidades a depender da constituição do espaço urbano. Em termos de escala, os processos vivenciados pelas grandes cidades europeias, com ciclos de ocupação dos subúrbios e abandono dos centros históricos mais consolidados, são totalmente diferentes dos vivenciados pelos países da América Latina (trazendo a exemplificação para mais próximo do presente estudo de caso). A atuação do BNH na cidade de Natal destaca-se como um dos laboratórios da política nacional de habitação, e é verificada na intensidade de ações e no o pioneirismo de alguns projetos, como, por exemplo, o Promorar. Os dados dessa pesquisa são fruto um estudo empírico nos conjuntos habitacionais: Cidade da Esperança, Cidade Satélite, Ponta Negra e Soledade, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte. Estabeleceu-se como critérios para examinar o processo de gentrificação as alterações espaciais e sociais advindas de investimentos públicos e privados, as inserções do mercado imobiliário; as mudanças de uso e ocupação do solo; e por último o perfil sócio-econômico dos moradores.