ST 2 DESIDERATOS SOCIOPOLÍTICOS E TERRITÓRIOS DE PARTICIPAÇAO POPULAR NO PLANO DIRETOR DE CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO/ MG
Valnei Pereira
Tetra Tech Brasil
Fernanda Vargas Lima
Tetra Tech Brasil
Júlia Franco Prados Mello
Tetra Tech Brasil
Resumo
O Processo de participação popular no Brasil experimentou nas últimas décadas,
desde suas bases institucionais, garantidas na Constituição de 1988 (Silva, et al., 2009), mas
não só nela, uma configuração difusa, social e territorialmente, em que movimentos sociais,
associações civis e novas articulações entre atores e agentes públicos e privados, apontam
para seu aprofundamento, mas sobretudo uma complexificação socioespacial. Neste cenário
conformado por um panorama de lutas, disputas, coalizões e conflitos constroem-se
dinamicamente novos repertórios e sentidos para as políticas urbanas, em distintos arranjos
socioterritoriais em escalas e níveis de remetimento. Nestas disputas, uma das arenas que se
configura logo após o período da Ditadura e alcança consideráveis resultados a partir dos anos
1990, é a da participação popular nos processos decisórios, historicamente sob o controle e
orientação dos interesses das classes dominantes. O desafio, nesta conjuntura, é exatamente
fazer com que estas classes aceitem e, sobretudo perpetuem formas de participação igualitária
que conviva e partilhe com novos e até então estranhos segmentos que ressurgem revigorados
não somente por novos repertórios socioeconômicos e culturais, mas, sobretudo interesses
continuados na gestão das políticas urbanas. Contudo, para conseguir alcançar essa equidade
no processo, existe um passo muito distante que ainda não foi dado, pois a população que é
parte das classes dominadas, como coloca Villaça (2005), de modo geral ainda não reconhece
os diretos de todos e, sobretudo, de uma dimensão pública e democrática nos processos de
construção de políticas e gestões, como é o caso na elaboração de um Plano Diretor.