ST 8 DO TERRITÓRIO À CIDADE, DA POLÍTICA À CRÍTICA – CONTRIBUIÇÕES DIVERSAS DE GERÔNIMO BUENO E EDGAR GRAEFF AO URBANISMO EM GOIÂNIA

  • wilton de araujo medeiros Universidade Estadual de Goiás

Resumo

Ao falar sobre as experiências diversas que as escalas do território e da cidade proporcionam à experiência do sensível, Secchi (2006) mostra que essas experiências são inevitavelmente influenciadas pelo fluxo dos discursos. Conforme veremos no decorrer desse texto, embora estejam distanciados no tempo por cerca de quatro décadas e ao serem contrapostos, os discursos urbanísticos de Gerônimo Bueno e Edgar Graeff deixam entrever que, os vestígios sensíveis de uma prática, e os discursos que a apoiaram, aparecem como “duas camadas entre as quais se situam os movimentos da sociedade” (pág. 19). Para Secchi, essas camadas são interligadas de maneira nem sempre clara e previsível. Porém, Secchi não especifica se esta imprevisibilidade ocorre em movimentos sincrônicos ou diacrônicos da sociedade. Embora trace panoramas sobre as figuras da continuidade e da fragmentação ao longo do século XX, desde suas origens iluministas e consequente cisão epistemológica entre objeto e sujeito, não chega a detalhar historicamente essa relação entre práticas e discursos. Mas isso é intencional, já que para Secchi o urbanismo não é uma ciência, mas sim um “saber”, e como tal, interessa-se e faz-se por intersecções dos seus sujeitos e dos seus objetos, ainda que os mesmos sejam aparentemente contraditórios e distantes, como no caso em tela, ao tratarmos dos discursos e das praticas urbanísticas de Gerônimo Bueno e Edgar Graeff como protagonistas do urbanismo de Goiânia, Bueno na esfera politica e Graeff na esfera acadêmica.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas